MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO
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Roberto Gameiro
Não é fácil ser adolescente hoje. Nunca foi. A diferença é que atualmente são outros os quesitos que regulam as posturas e ações desses jovens.
Houve época em que se dizia que o adolescente começava a fumar para ter algo a fazer com os braços que crescem de forma desproporcional ao corpo. Cigarro entre os dedos, ele tinha até pose para “desfilar” nas festinhas e bailinhos.
Não havia os excessos de hoje.
Agora, as preocupações são outras; dos jovens e de seus pais e educadores. Entre elas, podemos citar o aumento assustador do número de suicídios, o consumo crescente do uso de drogas das mais variadas espécies, lícitas e ilícitas, a violência que grassa na sociedade e coloca as pessoas de bem atrás de grades nas suas próprias casas enquanto a bandidagem corre solta pelas ruas das grandes cidades, o individualismo exacerbado, a baixa qualidade do ensino, especialmente nas escolas públicas, o desrespeito aos professores, o bullying, a quebra constante de paradigmas morais e éticos que deixa pais e educadores perplexos e indecisos etc. E põe “etc” nisso...
Fala-se num “mal-estar ético” que ronda a vida dos adolescentes. A pergunta que se faz, então, é: o adolescente é um ser que sofre de “vazio de sentido?”
Yves de La Taille e Elizabeth Harkot-de-La-Taille realizaram uma pesquisa com 5.160 estudantes de escolas de Ensino Médio particulares e públicas da Grande São Paulo para tentar responder a essa pergunta. Os resultados demonstraram que não se pode responder afirmativamente à pergunta devido, entre outros, a um otimismo a respeito do progresso pessoal e do mundo. Mas apresentaram indícios que sim; há um certo mal-estar no jovem de hoje em virtude de ele parecer desertar o espaço público e recolher-se no espaço privado.
Saliento a seguir partes do quadro traçado pelos autores referente ao perfil do aluno de ensino médio: otimista em relação ao progresso da sociedade e também quanto às chances de se realizar na vida; mais influenciado pelos seus pais e amigos do que pela escola, pela mídia e pela religião; nutre grande desconfiança nas instituições políticas e seus representantes; atribui grande importância ao papel social dos professores e neles tende a confiar.
Na questão específica sobre a família, 80,7% confiam muito e 16,6% confiam, o que dá quase a totalidade da amostra: 97,3%; “logo, a família aparece longe na frente das outras instituições sociais em termos de confiança.”.
A pesquisa alcançou o seu objetivo de fornecer subsídios para guiar políticas públicas para a educação de crianças e jovens. Está publicada no livro “Moral e Ética – Dimensões intelectuais e afetivas” (2006) do primeiro autor, e foi aplicada em jovens com idade média de 15 anos, no período de março a abril de 2005. As meninas não diferem dos meninos nas questões essenciais da pesquisa.
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Publicado originalmente neste blogue em 09/02/20.
Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 08/01/20.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional.
Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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Roberto Gameiro
A mulher grávida é a síntese da beleza da natureza humana. Durante nove meses, um novo ser se constrói no ventre da mãe, e esta enfrenta esse período com um misto de alegria pelo amor que já nutre por aquele “serzinho” que está se formando, e tensão, pelo receio de que algo dê errado; e sofre por isso.
Esse ser nasce, cresce e se torna um adolescente. E aí, ele se torna “grávido de si mesmo”, como reflete o filósofo Mário Sérgio Cortella: “ele dará à luz ele mesmo em outro momento; alterações hormonais, dificuldades de humor, impasses no corpo e na mente e impaciência são algumas das características dessa fase”. Isso faz parte do ciclo de vida humana. Todos nós passamos por isso.
Assim como a borboleta que vem da transformação da lagarta num processo que exige muito esforço e resiliência, os adolescentes enfrentam, ainda imaturos, momentos de transformações biológicas e psicossociais que lhes causam aflição e angústia. E sofrem por isso, assim como quem convive com eles.
E por ser “fase”, esses momentos devem ser vistos como transitórios, como passagem de um estágio de maturidade para outro, mais aperfeiçoado.
Para isso, precisam da ajuda dos adultos. Não adultos que se fazem de adolescentes para conquistar a simpatia dos meninos e meninas, mas adultos autênticos, conscientes de que são espelhos nos quais os jovens se miram na busca de segurança e de orientação positiva e assertiva.
Mas não nos enganemos que, em função da “fase”, tudo seja permitido. O diálogo e a presença constantes dos adultos junto deles propiciam as condições para a busca do equilíbrio que não aceita o desrespeito, a agressão física ou verbal, o uso de drogas ou bebidas alcoólicas etc. Isso se faz especialmente na família, na escola e na Igreja.
E evita suicídios!
Como disse Rubem Alves (1933-2014): "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.".
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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 26/06/18.
Publicado neste blogue em 02/01/2019.
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Roberto Gameiro
Os alunos estavam em filas, bem-comportados e ansiosos por chegar a sua vez de serem atendidos, no pátio interno da escola, na maratona empreendida pelos educadores, naquela manhã de muito calor de um mês de outubro.
Não se tratava de uma atividade pedagógica, ou de uma olimpíada do conhecimento, nem mesmo de uma distribuição de livros para leituras extraclasse.
Tratava-se, isso sim, de uma iniciativa da escola própria de uma multinacional, com mais de 2000 alunos, para tentar erradicar um surto de piolhos que atingia a maioria dos alunos.
Nesse dia, ao invés de usar o giz, os professores, os diretores, as equipes técnica e de apoio, ajudados por alguns pais e mães, aplicavam um medicamento friccionando o couro cabeludo das crianças e adolescentes na esperança de resolver o problema preocupante.
Esse é um exemplo, talvez exagerado, confesso, mas real, que demonstra que desde há muito a escola extrapola as funções para as quais foi criada.
São responsabilidades da família, entre outras, o cuidado da saúde e a educação dos filhos para valores morais e éticos. À escola cabe a escolarização das crianças e adolescentes, como provedora das competências gerais que consubstanciam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Entretanto, enganam-se aqueles que querem acreditar que essa divisão de tarefas entre a família e a escola aconteça realmente no dia a dia.
Isso acontece não como decorrência de uma reconfiguração da escola (que, diga-se de passagem, precisa de muitas reconfigurações), mas de uma reconfiguração das famílias. Alguns dizem que famílias estão desestruturadas. Prefiro dizer que as famílias estão diferentes.
E, por estarem diferentes na sua estrutura e na sua práxis, muitas famílias já não conseguem dar conta de algumas de suas atribuições, e as delegam para a escola, que não tem essa responsabilidade. E esperam que a escola dê conta de tudo.
As famílias, via de regra, não delegam essas atribuições por negligência, mas como consequência do que a vida em sociedade hoje demanda para pais e, principalmente, para mães que trabalham fora, e que, em consequência, têm geralmente, três turnos de trabalho. Um deles em casa após o expediente laboral.
E não existe fórmula conhecida para resolver essa situação que, muitas vezes, coloca famílias e escolas em conflito. A atenuante tem um nome: “parceria”.
Na parceria responsável, cada parte entende e compreende a dificuldade da outra e coloca-se sensatamente a serviço do somatório de energias positivas na busca do equilíbrio de ações convergentes em prol da boa educação e formação das crianças e dos adolescentes.
Família e escola se complementam.
Publicado originalmente em 07/08/2018.
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“A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo.” (1)
A memória humana tem características que constantemente nos surpreendem. Dizem que usamos apenas 10% da capacidade do nosso cérebro; e, ainda assim, temos um volume tal de informações armazenadas na nossa memória impossível de ser mensurado. Ela guarda aquilo que merece ser guardado; momentos importantes e expressivos das nossas vivências, aqueles que têm um valor especial para nós, são selecionados por ela e “salvos” para uso posterior, numa perfeita curadoria, e, incrível, não conseguimos saber o porquê. Na realidade, não sabemos exatamente o que sabemos, nem o quanto sabemos; mas os conhecimentos estão lá guardadinhos para serem recuperados a qualquer momento.
Essa ligação entre memória e conhecimento propicia-nos a capacidade de usufruir do que já aprendemos, e de embasar o enriquecimento da nossa cognição.
Conhecer as características de cérebro, mente, tipos de memória, informação, dados, conhecimento e saber é habilidade necessária para todos os que se pretendem pesquisadores, como forma de aumentar seus fundamentos teóricos para desenvolver uma práxis adequada ao nosso tempo.
Há três tipos de memória. A sensorial, a de curto prazo e a de longo prazo. Resumindo, a sensorial é a memória imediata ligada aos sentidos; a de curto prazo tem capacidade limitada e retém informações temporariamente; a de longo prazo tem a capacidade de armazenamento de informações por longo tempo, inclusive pela vida toda. Muito da memória de curto prazo se transfere para a de longo prazo.
A memória de longo prazo tem tudo a ver com a formação do nosso caráter, da nossa personalidade, dos nossos princípios e valores; é ela que dá o tom para a formação e manutenção da nossa identidade pessoal.
A esse volume de informações guardado na memória de longo prazo podemos chamar de “conhecimentos prévios”; são eles que “recepcionam” as novas informações que recebemos a todo momento e as acomodam entre eles fazendo o ajuste das interconexões que dão suporte à nossa cognição. É um maravilhoso universo que só Deus poderia criar.
Entretanto, cuidemos, porque se acreditarmos firmemente que uma informação falsa recebida é verdadeira, “enganaremos” o nosso cérebro, e essa informação vai “bagunçar” grande parte da nossa estrutura cognitiva, fazendo-nos pensar e agir em desacordo com o nosso caráter e nossa personalidade.
Confúcio escreveu que “aprender sem pensar é tempo perdido”.
Entretanto, consideremos que o que é falso para uns, pode ser realmente verdadeiro para outros, dependendo da ideologia de cada um. O que desconcerta alguns, cai como uma luva para outros.
Aqui, nos ajuda William Shakespeare: “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”.
Referência
(1) Eduardo Galeano, no livro “Dias e noites de amor e de guerra”. [tradução de Eric Nepomuceno]. Porto Alegre: L&PM Editores, 2001.
Autorizadas, desde que com a inclusão dos nomes do blogue e do autor.