Roberto Gameiro
A cena grotesca se desenrolava à vista de todos, menos das
crianças, que ainda não haviam saído das salas. As duas mães, agarradas uma à
outra, estapeavam-se, com xingamentos e ameaças. As pessoas presentes,
estupefatas, não conseguiam acreditar no que viam. Não demorou muito para que as
outras mães e educadoras interviessem, separando uma da outra.
O fato, inédito e único, aconteceu no pátio da escola no
momento em que os pais entram para buscar seus filhos no final das aulas.
O que leva duas jovens senhoras, mães devotadas, de classe
média alta, normalmente bem-educadas e postadas, a se engalfinhar para resolver
problemas de relacionamento entre os filhos, crianças com menos de seis anos de
idade?
Crianças que nos dias seguintes estavam alheias à animosidade
entre as respectivas mães, só não sendo totalmente tranquila a relação, menos
pelo problema que levou à desavença, mais pelas recomendações maternas de distanciamento.
Como deveria agir a professora no relacionamento com as mães
e com as crianças, após o acontecido, mantendo o equilíbrio que levasse todas
as partes à paz?
O caso foi parar na polícia. E lá prosseguiu com desfecho que
desconheço.
Mas, e na escola? Que providências a direção deveria tomar em
relação a esse caso?
Direção de escola não é polícia, muito menos juiz. Escola é
local de paz e de formação, inclusive para os pais em situações extremas como
essa. Coube, então, aproximar as partes para buscar a pacificação e o
relacionamento entre as duas pelo menos tolerável, preservando as crianças:
isso aconteceu após a mediação.
À época, as redes sociais, como as conhecemos hoje, ainda
engatinhavam. Imaginem se fosse hoje; talvez alguém tivesse gravado em vídeo a
cena esdrúxula e divulgado na Internet.
Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 10/07/18.
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor
na área de “Gestão de escolas de Educação Básica”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.
Parabéns palavras lindas
ResponderExcluirPura vdd
ResponderExcluirInfelizmente são estes mesmos pais que não aceitam que os educadores chamem ou corrijam seus filhos.
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