Roberto Gameiro
A estudante do sexto ano do
Fundamental respondera, na pesquisa docente aplicada pela escola, que o melhor
professor da turma dela era o de Português. Ao ler aquela resposta, o professor
ficou muito feliz; mostrava que seus esforços para ser um bom professor estavam
sendo reconhecidos.
O problema foi a resposta dela à
pergunta seguinte: - por quê? Ela respondeu: - porque ele “encina” bem; assim
mesmo: “ensina” com “c”. Esse fato aconteceu há muitos anos. Até aqui, nada a
estranhar; nós professores, vivemos situações análogas cotidianamente. Entretanto, atualizando o cenário para os dias
de hoje, continuamos a encontrar nossos estudantes com desempenho raso em
termos de competências de aprendizagem.
É o que demonstram os resultados
do IDEB (Índice de desenvolvimento da Educação Básica) que são usados como
parâmetros para mensurar a qualidade da educação no Brasil e definir políticas
públicas, que foram divulgados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do MEC, no início de setembro de
2018, referentes a 2017.
Os resultados são preocupantes.
Enquanto o desempenho de 7 a 10 é considerado “adequado”, de 4 a 6, “básico” e
de 0 a 3, “insuficiente”, a escala revela que, tanto em Português quanto em
Matemática, estamos no “básico” no 5º ano, e no “insuficiente” no 9º ano, e,
pasmem, no 3º ano do Ensino Médio também. Em nenhum segmento conseguimos sequer
resvalar no “adequado”.
Nalguns índices, ao invés de
avançar, estamos dando passos para trás. Não bastassem os resultados pífios dos
estudantes brasileiros na avaliação internacional PISA, realizada
a cada três anos pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico), recebemos
agora essa “pancada” numa avaliação genuinamente nacional.
Fica a esperança de que a correta
aplicação das orientações advindas da “Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”
traga resultados gradativamente melhores ao longo dos próximos anos, e que
consigamos estabelecer e desenvolver estratégias de valorização, treinamento e
aperfeiçoamento dos professores, adequando suas práxis às novas exigências
metodológicas que priorizam a transversalidade e a interdisciplinaridade.
Que a perseverança e a
resiliência nos acompanhem nessa jornada.
(Siga-me)
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.
Vivemos na sociedade do conhecimento é a necessidade da formação contínua dos professores é muito bem colocada por você no artigo. Um projeto nacional de priorização da educação é o único instrumento capaz de mudar o país, como assistimos em outras grandes economias. Parabéns pela reflexão!
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