Roberto Gameiro
Phillipe Perrenoud, no ano 2000,
publicou no Brasil o seu livro “10 novas competências para ensinar”. Nele, o
autor trouxe uma definição de “competência” que tem sido utilizada com
frequência pelos educadores, com pequenas adequações aqui e ali.
Dele, assumo a definição de
“competência” como sendo a capacidade do indivíduo de mobilizar diversos
recursos para resolver uma situação complexa. São, pelo menos, cinco os recursos
a serem mobilizados na abordagem de uma situação: conteúdos específicos
(informações/conhecimentos), habilidades, linguagens, valores culturais e
emoções. Dependendo da situação, um recurso poderá ser mais exigido que outro,
ou, muitas vezes, a falta de um deles poderá impedir todos os outros.
Importante observar que “competência” é capacidade, e que “habilidade” é
recurso.
Mas, o que isso tem a ver com a “Base
Nacional Comum Curricular”?
Tudo a ver.
“Na BNCC, competência é definida como
a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades
(práticas cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do
mundo do trabalho.” Essa é parte do texto de introdução da BNCC.
Alguma familiaridade com Perrenoud?
Bom sinal.
As competências, em número de dez,
são a base da construção e do desenvolvimento do documento que agora serve de
norte para a articulação da construção de conhecimentos, desenvolvimento de
habilidades e formação de valores na Educação Básica, podendo e devendo sempre
ser aperfeiçoado.
Do texto final, ressalto o que segue:
“No novo cenário
mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser
criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo,
resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de
informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender,
saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento
e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos
para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para
identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com
as diferenças e as diversidades.”
A BNCC não deve ser vista como um “engessamento”
das possibilidades didáticas das escolas e dos professores. Deve ser vista,
isso sim, como busca de garantia de orientação mínima de qualidade para
assegurar o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais,
e facilitar as abordagens metodológicas, ao longo do território nacional,
visando proporcionar às crianças e aos adolescentes a aquisição das
competências necessárias para enfrentar os desafios da vida.
Seja bem-vinda!
(Leia também) (Siga-me)
Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 09/10/18 sob o título "Currículo por competências".
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor
nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e
adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.
Muito pertinente!!!Valeu.
ResponderExcluirParabéns Professor Roberto, mais um texto esclarecedor sobre a BNCC. O momento é muito oportuno, haja vista que os gestores estão perdidos no processo de implantação. Sucesso!
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