O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

domingo, 30 de junho de 2019

OS ADOLESCENTES E O ÁLCOOL (2) Meninas bebem mais



Mulher, Desespero, Álcool, Garrafa

Roberto Gameiro

"Reportagem informa que Estudo mostrou que 25,1% das garotas com idade entre 13 e 15 anos bebem ao menos uma dose por mês. Há uma década, eram 20%."

Já se disse que não vivemos apenas uma época de mudanças, mas sim uma mudança de época.

Daniela Diana, licenciada em letras pela UNESP, escreveu que “A mudança social é a transformação da sociedade e do seu modo de organização. Decorre de hábitos e costumes que deixam de fazer ou que começam a fazer parte do cotidiano das pessoas” e ainda que “Como qualquer mudança, há uma série de consequências benéficas e outras menos benéficas para a sociedade. A mudança, muitas vezes tida como sinônimo de progresso, pode, por outras vezes, ir ao encontro da perda de valores.”. (*)


A nossa sociedade está mudando com uma velocidade nunca antes experimentada, ocorrendo em todos os segmentos, com ênfase especial entre os mais jovens, mais suscetíveis e provocativos em termos de questionamentos do status quo.

Revista de grande circulação nacional publicou recentemente uma reportagem na qual informa que “Estudo realizado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), com base em dados do IBGE, mostrou que 25,1% das garotas com idade entre 13 e 15 anos bebem ao menos uma dose por mês – há uma década, eram 20%. Entre os garotos, o índice é de 22,5% - dez anos atrás, batia nos 28%. A mudança ilumina um novíssimo problema: elas bebem mais do que eles”.

Esse fenômeno se torna mais grave ao se constatar (e não é difícil fazê-lo) que em muitos casos acontece com o conhecimento e a conivência dos próprios pais.

Todos sabemos que a venda e ou o fornecimento mesmo que gratuito de bebida alcoólica para menores de dezoito anos são proibidos por Lei. Mas Lei, ora a Lei. Muitos adolescentes recorrem a colegas maiores de 18 anos para a compra da bebida – isso, sem contar que muitos possuem cédulas de identidade falsas...

Acresça-se a grande quantidade de opções de bebidas alcoólicas de sabor adocicado, mais palatáveis para as jovens, que inunda os mercados.

Ainda na mesma reportagem, a revista cita Ludhmila Abrahão Hajjar, do Hospital Sírio-Libanês e do Instituto do Coração, em São Paulo, que afirma que “A vulnerabilidade feminina, nesse aspecto, é notória. O organismo da mulher tem quantidades menores de enzimas responsáveis pela metabolização do álcool, o que faz com que a substância demore mais tempo para ser eliminada.”.

Dizem que o primeiro passo para resolver um problema é identificá-lo. Esse problema está mais do que identificado e delimitado. Há que se buscar formas de resolvê-lo ou, pelo menos, minimizar suas consequências em relação à saúde das mulheres, hoje jovenzinhas, que se deixam levar pelo equívoco do prazer enganoso da bebida alcoólica.

(*) (Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/mudanca-social/ > Acesso em: 22 jun. 2019.)


Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 27/06/19, sob o título "Adolescentes e o álcool".

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Leia também o artigo “Os adolescentes e o álcool (1)” acessando: https://www.textocontextopretexto.com.br/2017/09/os-adolescentes-e-o-alcool.html

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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.

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3 comentários:

  1. Grande preocupação.Nossos jovens são vítimas de uma sociedade corrompida.

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  2. Preocupante! haja vista que o organismo feminino não tem uma enzima que "desdobra" melhor o álcool, o que leva a embriaguês mais rápido. Contudo, socialmente, em certas circunstâncias é um facilitador nos relacionamento pessoal. O difícil é encontrar o equilíbrio. Todavia, não se deve menosprezar o efeito viciante!

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  3. Impressionante esse fenômeno que venho observado na realidade dos meus sobrinhos e filhos de amigos. Texto rico e esclarecedor para um assunto tão polêmico!

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