Roberto Gameiro
Nem tudo são flores na vida de casais.
A vida prega peças que pegam de improviso os cônjuges, que, muitas vezes, se veem despreparados para enfrentar e solucionar até pequenas pendengas do relacionamento.
Segundo o IBGE, o Brasil registrou um aumento no número de divórcios no período de 2004 a 2014 na ordem de 160% (130,5 mil em 2004, contra 341,1 mil em 2014). O número e o percentual de aumento são, sem dúvida, preocupantes e revelam uma mudança de comportamento dos brasileiros, fruto, entre outros motivos, da alteração da legislação que rege esse assunto e da mudança de mentalidade dos casais frente aos compromissos do casamento.
Interessante verificar casos de pessoas, homens ou mulheres, que no exercício profissional conseguem resolver os mais complicados problemas, inclusive de relacionamentos interpessoais, e na vida conjugal têm péssima performance; o contrário, também.
Um longo período de noivado, feito para que cada um conheça melhor o outro, nem sempre traz resultados satisfatórios. Conheço casos em que o casamento durou menos de um terço do tempo do noivado.
As brigas entre cônjuges, muitas vezes por motivos não relevantes, têm uma tendência de se transformar, por falta de abertura para o diálogo, numa “bola de neve”, acabando por constituir causas de separações.
E aí, eu pergunto: casais que se amam também brigam?
A resposta, óbvia, é sim!
Sem pretender oferecer receita para essas situações, parece-me que não se pode dar espaço para que o tempo em que permanece a desavença corroa ainda mais a relação, possibilitando pensamentos e fantasias que nada agregam ao relacionamento; apenas afastam mais.
Casais que se amam, normalmente ficam de “cara fechada” apenas por um período curto de tempo. Logo, um cônjuge ou outro, vai se achegando, se achegando, e pronto; tudo resolvido (ou, pelo menos, quase tudo); a vida volta ao normal.
Entretanto, as questões que provocam rusgas precisam ser conversadas para que se chegue a um denominador comum ou a um acerto. Os casais que não discutem seus problemas, suas queixas, suas mágoas, seus receios, medos e dúvidas, só vão aumentando as "pastas de arquivo morto", não havendo amor que consiga superar esse acúmulo.
Ora! Então, se sabem que tudo vai voltar ao normal depois de 4 ou 5 dias, uma semana, talvez, por que não encurtar racionalmente esse tempo, e resolver tudo imediatamente para não perder aquele tempo de relacionamento? Isso pode ser combinado entre os cônjuges, e, creiam, funciona!
Isso vale, também, para o relacionamento entre irmãos. Que tal discutir esse assunto com os filhos?
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Artigo publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 16/05/17.
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas
áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”.
Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.
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Muito especiais suas ponderações e válidas para relações conjugais e interpessoais. Parabéns!
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ResponderExcluirMuita sabedoria para quem compreende a complexidade dos relacionamentos!!!
ResponderExcluir191.248.27.93
ResponderExcluirComo sempre seu texto é impecável. Você tem um estilo muito enxuto, excelente para quem, nos dias de hoje, quase não tem tempo para ler. Na verdade, nem é preciso florear porque a mensagem que se quer passar é o que importa, e você faz isso muito bem. O essencial é o que foi dito. Muito bom.
Felicito-o pelo texto. Excelente reflexão para um mundo tão conturbado que hoje vivemos. Mas penso que mundo muda, as pessoas também. O casal precisa saber mudar junto. Precisa evoluir. Fazemos isso constantemente no trabalho, porque não na própria família? É importante descobrirmos em primeiro lugar uma nova mulher ou um novo homem ao invés de sair por aí tentando descobrir um novo e interessante par. É importante pelo menos tentar, dar-nos uma nova chance.
ResponderExcluirUm a cada três casamentos termina em divórcio no Brasil.Viver juntos é realmente uma arte!
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