Roberto Gameiro
O MEC, através do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), divulgou pelas mídias sociais os resultados das redações do ENEM de 2019. De um total de três milhões e novecentos mil candidatos, apenas cinquenta e três tiveram nota máxima. É um número muito pequeno que corresponde a um percentual ínfimo em relação ao total.
Mas não é de estranhar. Nos anos anteriores, os números não foram muito diferentes. Em 2014, 250 estudantes tiraram nota máxima; em 2015, 104; em 2016, 77; em 2017, 53; e em 2018, 55. Estamos mantendo a média mais baixa. Em vez de melhorar, estamos piorando.
No ENEM, conforme explicação do MEC, cinco mil professores participam da correção manual das redações. Cada redação é avaliada por dois professores em plataforma online, com texto sem identificação, os quais não têm acesso à nota pelo outro atribuída. Quando a diferença entre as notas é superior a 100 pontos no total, ou 80 em uma das cinco competências avaliadas, um terceiro professor faz a correção; a nota final é a média aritmética das duas notas que mais se aproximam. E ainda há a chance de uma nova correção por uma banca de docentes. Mais informações no site “agenciabrasil.ebc.com.br”.
A estrutura de funcionamento das correções é boa e pode propiciar resultados justos e ponderados.
Corrigir redações de concursos, vestibulares e ENEM é uma tarefa que exige muita concentração, experiência e dedicação. Eu mesmo, durante dois ou três anos, corrigi redações de uma faculdade de São Bernardo do Campo (SP), onde eu lecionava nos cursos de Letras, Psicologia e Pedagogia.
Embora soubesse que haveria outro professor corrigindo as mesmas redações, eu procurava caprichar nas correções não só pelo zelo profissional, mas também para facilitar o trabalho dos colegas.
É um trabalho estafante que precisa ser devidamente dosado para que o cansaço não influencie os resultados; nem para mais, nem para menos.
E, acreditem, depois de um tempo de correção e de ver tantas palavras grafadas de forma errada, havia um momento em que se colocava errado onde estava certo e certo onde estava errado. Mas a disciplina profissional conseguia identificar o equívoco e a “correção da correção” era feita imediatamente.
Por isso, e por mais, dependendo dos critérios da instituição, as redações são corrigidas por pelo menos dois professores.
Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 20/02/20.
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas
áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e
adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.
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