O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

domingo, 8 de março de 2020

CONVERSA DE ADOLESCENTE - Uso de palavrões


Roberto Gameiro

Quando me propus a escrever este texto, a respeito do uso de palavrões no linguajar dos adolescentes, pensei em começar transcrevendo alguns diálogos, ouvidos de conversas entre eles, para ilustrar esta introdução.
Comecei, mas não tive coragem de continuar, em respeito aos leitores, alguns dos quais poderiam se sentir constrangidos com tal palavreado.
Então, passei a me perguntar se isso é normal ou trata-se de chatice dos mais velhos querendo se intrometer onde não são chamados, ou, ainda, se se trata de uma anomalia comunicacional que precisa ser acompanhada e depurada.
Não estou aqui me referindo aos contextos de língua culta e de língua coloquial, a primeira com suas características de uso em situações formais e documentos oficiais, e a segunda com suas variantes espontâneas, usando formas reduzidas, sem preocupação com as normas gramaticais, e muitas expressões próprias da cultura existente nos relacionamentos familiares e entre amigos de infância.
Também não se pode afirmar que seja a maioria dos adolescentes e em todas as partes do país, felizmente. Mas que este universo é graaaande, não tenho dúvidas.
Sabemos que os adolescentes sentem necessidade de integração nos seus grupos de amizades. Nada mais normal. Para isso, é comum que usem determinadas gírias e abreviaturas que têm significado particular para aquele grupo. Essas gírias vêm e vão com a mesma velocidade. E eles se entendem. Até aqui, nenhuma novidade. Qual de nós não se utilizou dessas estratégias na mocidade?
Sabemos, também, que, atualmente, nas redes sociais, ao teclarem, além de usar as gírias, utilizam-se de abreviaturas de palavras e expressões para facilitar e agilizar a digitação e a comunicação. Os adolescentes, geralmente, têm pressa. Neste caso, os adultos também…
Mas, por que os palavrões?
Muitos adolescentes falam palavrões que aprendem com seus próprios pais; e isso, infelizmente, não é raro.
Assim como os pais exercem influência nos adolescentes, também os amigos líderes de grupos ou “tribos” influenciam, para o bem ou para o mal, os seus seguidores. Se esse líder fala muitos palavrões, com certeza os demais também o farão para se firmar no grupo e para a autoafirmação de cada um.
Percebe-se, por outro lado, que conforme vão “crescendo”, esse costume vai diminuindo e tende a desaparecer na vida adulta. Nem todos, porém.
O mundo muda. Para melhor e ou para pior. A família muda. A adolescência também.
Entretanto, compete aos pais e à escola exercer a influência positiva, dialogando com os adolescentes e mostrando o quanto esse costume denigre a imagem que eles projetam na sociedade, por mais liberal ou mais conservadora que seja.
Mas, será que eles estão preocupados com projeção negativa de imagem?
Fica aí um convite para mais uma reflexão em família e na escola. 

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 27/10/16.

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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor na área de “Gestão de escolas de Educação Básica”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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