Roberto Gameiro
O poeta e escritor português Fernando Pessoa, através do seu heterônimo Bernardo Soares, escreveu que é inútil viajar para a China se não saímos da bolha onde vivemos, ou seja, se não desembarcamos de nós mesmos.
Há momentos na vida em que precisamos nos desvencilhar dos nossos pensamentos rotineiros para arejar a mente e produzir novas percepções que nos levem a navegar por novas possibilidades, novas iniciativas, novos patamares e paradigmas.
Em outras palavras, devemos nos dar a chance de desembarcar momentaneamente de nós mesmos, e, após um período de reflexão intensa e corajosa, embarcar novamente em nós mesmos, porém, renovados, preparados e prontos para novas jornadas.
José Saramago (1922-2010) escreveu: "É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não sairmos de nós.".
José Saramago (1922-2010) escreveu: "É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não sairmos de nós.".
A vida nos proporciona algumas dessas oportunidades, embora nem sempre as reconheçamos e as aproveitemos. São, por exemplo, aqueles momentos em que “o trenzinho" (da oportunidade) passa e ficamos na dúvida se devemos embarcar nele, ou não, sabendo que ele poderá não passar outra vez.
Nessas horas, somos tomados por sentimentos de esperança e de alegria, ao tempo em que nos sufoca uma certa angústia, um certo medo de errar e nos arrependermos.
Isso ocorre na vida tanto nos aspectos profissionais como nos pessoais. Porém, sabemos que as mudanças de rumo profissionais afetam as pessoais e vice-versa.
Quantas pessoas há que lamentam não terem aproveitado oportunidades que tiveram na vida; quantas lamentam o contrário. E sempre é bom lembrar que oportunidades não “caem do céu” ou por sorte; elas surgem, ou não, fruto de nossas posturas, ações, buscas e investimentos.
Portanto, estejamos sempre preparados, pois já se disse que sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade.
Não há receita nem fórmula matemática para essas tomadas de decisão. Entretanto, nessas ocasiões, devemos apelar para o bom senso, para o aconselhamento e para a reflexão intensa, criteriosa e corajosa.
Tanto para o sim, como para o não.
Érico Veríssimo (1905-1975), escritor brasileiro, escreveu: "Quando os ventos da mudança sopram, algumas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.".
Publicado originalmente em 08/09/17
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor
nas áreas de "Educação de crianças e adolescentes" e “Gestão de escolas de Educação Básica”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.
Subjetividade é plural e singular ao mesmo tempo; importante observar qual é a parcela do sujeito na situação em que está vivendo e faz a suas escolhas. Diferente dizer que a sociedade influencia de forma determinante a subjetividade da pessoa. A pergunta importante qual é a minha parte, qual é a minha responsabilidade?
Prezado professor Roberto Gameiro. Agradeço pela oportunidade de ler e refletir sobre a riqueza que é a “vida – ida”, a partir do seu texto “desembarcar de si mesmo”. Gratidão!
ResponderExcluirDiante do atual contexto da contemporaneidade, da mudança de paradigma, do pensamento na perspectiva da complexidade, é mais necessário que pensar no desenvolvimento pleno das potencialidades do ser e das dimensões (epistemológica, acadêmica, religiosa, social, esportiva e cultural) permitindo avanços na construção do desenvolvimento integral. Obrigado pela profunda reflexão.
ResponderExcluirComo dizia Raul Seixas, prefiro ser essa metamorfose ambulante...
ResponderExcluirAs mudanças geram desconforto mas tbm nos impulsionam a sair do lugar de procrastinação.
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