Roberto Gameiro
Certa vez, ouvi de um colega,
professor universitário, que, estando ele no refeitório da faculdade, sentado à
mesa com oito alunos, soube-se que a máquina de venda de refrigerantes estava
liberando as latinhas sem o pagamento correspondente. Imediatamente, cinco dos
estudantes deixaram a mesa para “aproveitar a oportunidade” e juntaram-se a
outros que, ansiosa e freneticamente, retiravam o produto da máquina.
Três deles permaneceram à mesa com o
professor e não aderiram ao ato indevido. Não havia, no local, um agente de segurança
que pudesse impedir o saque. E aí, veio a parte da narrativa que me deixou
feliz e até orgulhoso: os três eram egressos do colégio que eu dirigia.
Por certo, a postura daqueles três
estudantes não foi fruto apenas do trabalho da escola; foi resultado de todo um
arcabouço de educação por valores desenvolvido, primeiro, nas suas famílias e
com o exemplo indispensável dos seus pais e familiares, somado às vivências
sociais que moldaram a formação deles.
Este artigo poderia terminar aqui. A
mensagem está dada e fornece subsídios vigorosos para diálogos entre pais e
filhos.
Mas, vamos explorar um pouco mais a
narrativa, até em função de fatos que acontecem no nosso país.
Vejam o que tem ocorrido em diversos estados do país: saques a supermercados e lojas, cometidos
por pessoas da comunidade local, desenfreadas, saindo com mercadorias
furtadas, algumas das quais com olhar de triunfo, de vantagem, de conquista!
É vergonhoso, também, ver pessoas
saqueando cargas de caminhões acidentados nas estradas, como formigas sobre mel
derramado; essas cenas correm o mundo e produzem uma imagem negativa do nosso
país, imagens essas que nos acompanham como “sombras” quando estamos “lá fora”
a trabalho ou a turismo.
E tantas outras situações vexaminosas
que presenciamos ou temos notícia no dia a dia, de pessoas demonstrando falta
de educação e civilidade no trânsito, nos condomínios, nos clubes, nas escolas,
nos shoppings...
Será que para as pessoas não
cometerem atos ilícitos é preciso sempre a presença de agentes de segurança ou
policiais? E eu não estou falando de bandidos; estou me referindo a pessoas
ditas do bem, pessoas comuns.
Artigo editado e publicado no jornal
“O Popular” de Goiânia em 21/02/17
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional.
Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
A postura íntegra vem de berço. Boa reflexão .
ResponderExcluirE que reflexão...
ExcluirEsse texto precisa ser trabalhado na sala de aula.
ExcluirParabéns pelo texto Roberto. Certamente a parceria escola e família são importantes para dar valores sólidos à sociedade.Abraços!
ResponderExcluirTexto muito bom, nós mostra os valores familiares e de uma boa escola, pois no país tem a máxima achado não e roubado, é sim, este tipo de coisa e ilegal e imoral.
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