Roberto Gameiro
Neste tempo de quarentena, aqui está um assunto que pode ser interessante para conversar com os filhos e com os alunos.
Houve época em que as brincadeiras entre crianças e entre adolescentes se caracterizavam pelo lúdico, pelo mistério, surpresa e disputas saudáveis e agradáveis, pelo divertimento e entretenimento, pelos joguinhos etc.
As atividades em grupo eram desenvolvidas com respeito ao próximo, mesmo que de vez em quando houvesse um joelho raspado, uma queda, um encontrão. Bons tempos!
A sociedade muda constantemente em todos os segmentos que a compõem. Às vezes para melhor, às vezes para pior.
No campo dos relacionamentos entre crianças e entre adolescentes, uma marca da época em que vivemos é a supervalorização da “vida virtual” em detrimento da “vida real”.
Na “vida virtual”, os jovens são abastecidos diariamente com algumas opções de atividades e jogos que exploram exaustivamente a violência e o desrespeito ao ser humano com ações em que eles "matam" os inimigos ou adversários com a maior facilidade, própria da tecnologia utilizada naqueles aplicativos. Ali, a vida humana não vale nada. É desvalorizada. Ganham os que mais "matam". E muitos jovens se impregnam desse “poder” destruidor. Daí a partir para posturas e ações reprováveis na “vida real” é um passo. Torna-se um descompromisso com as consequências dos próprios atos. Ficam como que anestesiados em relação aos bons hábitos e aos relacionamentos saudáveis. E partem para o desrespeito aos próprios pais e, por tabela, aos professores que viram verdadeiras vítimas e reféns.
Claro que não são todos que assim se assumem e agem; ao contrário, são uma minoria. Felizmente.
E esse mesmo mundo virtual que, especialmente com os jogos violentos, alicia e corrompe muitos jovens, periodicamente traz “novidades” em brincadeiras, as quais podem ser denominadas, no mínimo, de mau gosto, além de serem perigosas.
Essas brincadeiras têm, de tempos em tempos, estarrecido as pessoas sensatas, tal o nível de perigo em que colocam a vida das pessoas, inclusive e principalmente de crianças e adolescentes.
A mais recente é a “quebra crânio”, em que a “vítima” é derrubada de tal forma que corre grande risco de ter um traumatismo craniano, ou até de ir a óbito. Antes dessa, há alguns anos, apareceu a “brincadeira” “Charlie Charlie” que consistia na invocação de um espírito do mal, e, depois, o “Jogo do desmaio” feita através da interrupção intencional da oxigenação e da irrigação sanguínea do cérebro. Não descrevo aqui o modus operandi dessas “brincadeiras” para não ser mais um disseminador de práticas reprováveis.
Quem pode se considerar “vencedor” nessas “brincadeiras”? Com certeza, vencem aqueles que conseguem dizer “não” para elas; esses são os verdadeiros vitoriosos pois rechaçam esses absurdos praticados por seus conhecidos e optam por aqueles (muitos) que são construtivos, educativos e saudáveis.
Pelo que se tem lido nas mídias, essas “brincadeiras” são realizadas entre pessoas amigas, inclusive entre adultos.
Os jovens que têm amigos assim não precisam de inimigos.
Mas precisam muito da ajuda de seus pais e professores. Vamos dialogar a respeito deste assunto com nossos filhos e nossos alunos?
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas
áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e
adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.
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