Publicação original em 19/08/18 - Atualizado em 01/09/21
Roberto Gameiro
Toda empresa organizada, seja ela comercial, educacional, industrial, bancária ou de serviços, tem a sua identidade definida e explicitada para conhecimento dos seus públicos interno e externo. É através dela que a instituição garante a coesão de estratégias e procedimentos dos colaboradores para permanecer viável no mercado e se projeta para além dos seus muros nas diversas mídias para se fazer conhecer pelos atuais e futuros clientes, usuários e consumidores.
A identidade organizacional é explicitada através da missão, da visão de futuro, dos princípios e dos valores.
Uma instituição educacional faz uso dos mesmos instrumentos para se colocar como opção às famílias para atuar no processo de escolarização das crianças e dos adolescentes, e o faz através de diferentes mídias nos ambientes interno e externo.
A família também tem a sua identidade. Embora raramente explicitada por escrito, toda família tem a sua forma peculiar de ver o mundo, a sociedade e a cidadania, e, através de ideias e ideais, projeta o seu presente e o seu futuro, inclusive, por óbvio, o futuro desejado para os filhos.
A família tem princípios e valores que regem a forma como orienta o processo de educação dos filhos. Tem, também, normas e regras de convivência. E deve se apoiar nesses atributos para escolher a escola que melhor a ajudará na educação e desenvolvimento dos filhos.
Quanto mais convergentes forem as identidades da família e da escola, maior será a possibilidade de êxito na parceria para a educação das crianças e adolescentes em valores morais e éticos e na aquisição das competências necessárias para enfrentar os desafios que a vida fatalmente lhes trará.
A maior parte dos conflitos existentes entre família e escola acontece pela falta de coerência entre as suas identidades, e das contradições decorrentes.
Portanto, pais, quando forem escolher a escola para seus filhos, busquem conhecer os atributos que regem o seu funcionamento. Se a escola identifica “princípios” e “valores” na sua apresentação, procurem conhecê-los para ver se eles vêm ao encontro dos da sua família.
Para ajudar, lembro que “princípios” são características que a instituição assume como crenças básicas, as motivações fundacionais que justificam a sua existência, e que ela não se dispõe a mudar. Já “valores” são as virtudes, qualidades e méritos, derivados dos “princípios”, considerados relevantes para o cumprimento da missão, e que devem ser preservados e incentivados, mas podem ser classificados numa “régua” entre extremos, como, por exemplo, centrais e periféricos. Há valores que já foram centrais e hoje são periféricos, e vice-versa; afinal, uma escola é uma entidade “viva” que deve se atualizar e aperfeiçoar constantemente, mas, idealmente, não deve fugir das razões fundacionais que legitimam a sua existência.
A pergunta, então, poderá ser: quais são os “princípios” e os “valores centrais” da escola? Eles atendem às nossas expectativas para a formação dos nossos filhos?
Família e escola devem ser parceiras. Para isso, idealmente, suas identidades devem ter (muitos) pontos comuns.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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