Roberto Gameiro
Há alguns dias, li na Internet esta parábola cujo autor desconheço.
“Uma garota segurava em suas mãos duas maçãs. Sua mãe entrou e lhe pediu com uma voz doce e um belo sorriso:
– Querida, você poderia dar uma de suas maçãs para a mamãe?
A menina levanta os olhos para sua mãe durante alguns segundos, e morde subitamente uma das maçãs e, logo em seguida, a outra.
A mãe sente seu rosto esfriar e perde o sorriso. Ela tenta não mostrar sua decepção, quando sua filha lhe dá uma de suas maçãs mordidas; a pequena olha sua mãe com um sorriso de anjo e diz:
– A mais doce é essa!”
Quantas vezes, na nossa vida, seja nos aspectos pessoais, profissionais ou sociais, tiramos conclusões precipitadas a respeito do que vemos, ouvimos ou lemos.
Você, caro leitor que me lê, acredito, já passou por situação assim.
E quando nos damos conta do nosso equívoco de interpretação, ficamos desconcertados e, conforme o caso, até envergonhados.
A “capacidade de julgamento ou avaliação” é a mais complexa das competências que podemos adquirir. Qualquer que seja a escala que utilizemos, antes dela vem sempre a “capacidade de análise”, como condição para que a avaliação seja assertiva, verdadeira e coerente.
Então, que tal, antes de julgar o que vemos, ouvimos ou lemos, fazer uma análise do contexto, começando com uma pergunta, ao invés de uma afirmação?
Isso implica uma outra capacidade, que é a abertura constante ao diálogo; quem não a tem, corre riscos iminentes de isolar-se no seu “mundinho” particular de falsa sabedoria.
Ricardo Sasaki (1) escreveu:
“Vivemos em um mundo rápido. Decisões e movimentos rápidos com o intuito de nos mover para um progresso rápido. O problema é que com essa rapidez também passamos a viver em um mundo de julgamentos rápidos. Uma fechada no trânsito, alguém com uma cara mais séria, um gesto estranho ou uma frase ouvida sem o devido contexto, e a mente é tomada por uma enxurrada de julgamentos negativos, reações emocionais fortes e condenações. Nosso melhor eu cessa, e entra em cena alguém pouco interessado em ponderar e contextualizar. Com o hábito, cada evento lá fora que não ocorra exatamente como esperamos torna-se um gatilho para nossas condenações.”
Lembre-se, também, de que muitas vezes as aparências enganam, e tome muito cuidado especialmente com aquilo que você ouve mas não vê.
Mas não nos culpemos, também apressadamente, por equívocos dessa natureza.
Somos humanos e, portanto, incompletos. Estamos sempre em busca de aperfeiçoamento. Deus ainda não completou a sua obra em nós, assim como nos nossos irmãos.
(1) SASAKI, Ricardo. Julgamentos apressados. Encontrado em https://nucleonumi.com.br/julgamentos-apressados/. Acessado em 26/05/2022.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional.
Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
Texto muito bacana, inspirador.
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