Roberto Gameiro
Há alguns dias, aconteceu um fato que me deixou agradavelmente impactado.
Tendo estacionado o meu carro na rua, em frente ao edifício onde moro, para buscar uns documentos no apartamento, ao voltar, encontrei um bilhete num post-it, preso no limpador do para-brisa, com a seguinte mensagem:
“Infelizmente aconteceu uma coisa muito chata, acabei encostando em seu carro. Me ligue...” (e o número de um telefone celular).
Após ler o bilhete, constatei que o para-lama direito e o alargador estavam amassados.
Ato contínuo, um carro parou logo adiante do meu e dele desceu um senhor que se aproximou e disse que tinha sido ele quem havia causado aquela situação. E acrescentou que lamentava o ocorrido e que arcaria com todas as despesas do conserto. Em seguida, chegou, também, a esposa dele, que se apressou em acrescentar, no bilhete, o número do telefone dela.
Gente do bem!
Gente honesta!
Mas, aí, você poderá me perguntar: por que você foi impactado?
Simples.
Rui Barbosa, em dezembro de 1914, quando era Senador, escreveu: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”.
Hoje, vivemos uma inversão de valores. O que deveria ser o usual, o normal, nos impacta como sendo uma exceção.
Esquisito, não é?
Quando, no trânsito, damos seta para mudar de faixa, o motorista de trás diminui a velocidade e nos dá passagem. É o normal de acontecer?
Não.
Geralmente, o motorista de trás aumenta a velocidade e não nos dá passagem.
Estou exagerando?
Talvez, em algumas (poucas) cidades.
No caso que encima este texto, o que geralmente acontece é a indiferença do motorista autor, que se evade sem assumir as responsabilidades. Isso, inclusive em ocorrências com vítimas.
Infelizmente.
Por isso, quando encontramos pessoas honestas, como o casal referido neste texto, ficamos agradavelmente impactados e confiantes de que o mundo ainda tem jeito.
Embora possamos eventualmente ficar impactados com ações do bem, a verdade é que ser honesto não é algo a ser festejado e aplaudido. É uma obrigação de todo cidadão e forte testemunho para a educação dos filhos numa direção assertiva e abonadora.
Portanto, façamos a nossa parte e acreditemos que a humanidade, em sua maior parte, é constituída de gente do bem, e que os malfeitos não prevalecerão sobre os benfeitos. E não tenhamos vergonha de ser honestos.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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Parabéns Roberto pelo texto brilhante!
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