Roberto Gameiro
Por que será que algumas pessoas trocam de carro a cada dois anos, pelo menos? Será para manter o status quo e impressionar parentes e amigos? Até pode ser. Mas não necessariamente.
As tecnologias automotivas têm sido constantemente aperfeiçoadas, especialmente as dos motores, do conforto e da segurança, de forma que um carro de dois anos atrás já pode estar ultrapassado nesses quesitos.
Até por isso, temos visto veículos com a produção descontinuada e não conseguimos entender o porquê.
São novos produtos fruto de inovações que modificam o mercado.
Pode parecer uma comparação esdrúxula, mas isso também está acontecendo no mercado de trabalho. E já há algum tempo.
Algumas profissões tradicionais estão sendo “descontinuadas” e novas opções estão surgindo, exigindo competências e habilidades, antes não demandadas, em todos os níveis hierárquicos.
Alvin Toffler (1928-2016), escritor e futurista norte-americano, escreveu que "os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender.".
Neste século, a evolução tecnológica e as mudanças sociais estão a exigir das pessoas e das organizações agilidade nas decisões para não “estacionar” nas mesmices do passado, que já se tornaram obsoletas, e, consequentemente, já não atendem às necessidades agregadas do presente.
Por outro lado, há que se assumir que a aprendizagem precisa ser contínua. Nenhuma empresa e nenhuma pessoa podem achar que já sabem tudo sobre as suas áreas respectivas.
Não há mais como depender apenas das instituições de ensino para aprender novas competências e habilidades. Os indivíduos precisam se colocar no centro do seu próprio processo de aprendizagem, sendo protagonistas e não simples coadjuvantes.
Às crianças e adolescentes, deve-se proporcionar a possibilidade da flexibilidade cognitiva para que sejam capazes de se adaptar a novos contextos, conceitos e tecnologias ao longo da vida.
René Descartes (1596-1650), filósofo francês, escreveu no seu “Meditações Metafísicas”, na “Meditação Primeira”:
“Há já algum tempo me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera grande quantidade de falsas opiniões como verdadeiras e que o que depois fundei sobre princípios tão mal assegurados só podia ser muito duvidoso e incerto, de forma que me era preciso empreender seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões que até então aceitara em minha crença e começar tudo de novo desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo firme e constante nas ciências.”.
Portanto, devemos considerar que a educação e a formação não são eventos únicos que têm um término no fim de uma etapa do ensino formal, mas um processo contínuo que acompanha o indivíduo durante a vida toda, desde a mais tenra idade.
Não basta ser alfabetizado no sentido tradicional. Há que se estar preparado para constantemente “aprender”, “desaprender” e “reaprender”.
É isso.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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