Roberto Gameiro
Os relacionamentos interpessoais e intergrupais são, muitas vezes, “atropelados” por circunstâncias inconfessáveis que, consequentemente, carecem de sensatez, ou de situações que demonstram falta de compromisso com a verdade, ou ambas.
Claro que todos nós desejamos que nossos inter-relacionamentos sejam saudáveis, verdadeiros, honestos, sinceros, recíprocos. E procuramos nos pautar pela justiça, pela fraternidade e pela amorosidade.
Entretanto, a vida nos proporciona situações nas quais precisamos nos policiar para não “jogar água fora da bacia”.
A psicologia explica que quando nos reunimos em grupo, de ex-colegas de escola, por exemplo, fazemos coisas que, individualmente, jamais faríamos (parece que voltamos a ter a idade escolar).
De repente, me lembro, também, de um vídeo que vi, certa vez, enfocando a transformação que um cidadão de bem “sofre” quando assume o comando do seu carro: ele vira uma “fera”, pilota em alta velocidade, xinga os outros motoristas, faz manobras perigosas…. Por óbvio, o filme exagera.
Hoje em dia, ocorrem fenômenos parecidos quando algumas pessoas assumem o comando da sua participação em redes sociais, especialmente nos “grupos”.
Assim como os adolescentes seguem o líder do seu grupo ou “tribo”, agindo igual para se firmar naquela coletividade, muitos adultos, homens e mulheres, fazem o mesmo nos grupos das redes sociais. Repassam informações recebidas, que, muitas vezes, colocam em xeque a idoneidade, ou a moral, ou a honestidade de alguém, inclusive de conhecidos da comunidade, sem usar o bom senso da busca de evidências comprobatórias, ou da caridade que releva, que perdoa, que compreende, que respeita a pessoa humana. A situação se agrava quando o desrespeito atinge o ser humano em vez de, pelo menos, se ater ao papel social que esse ser humano exerce; professores e coordenadores escolares são alvos frequentes desses desatinos.
As ideias de solidariedade e de conivência têm um ponto em comum, que é a cumplicidade. A cumplicidade, quando positiva, do bem, é sinal de solidariedade. Quando a cumplicidade é negativa, do mal, ela cheira a conivência. E aqui há um componente que merece atenção especial dos pais e educadores: as crianças e os adolescentes, nos seus relacionamentos, nos seus grupos, se veem não raro em situações em que precisam se posicionar em relação a fatos ocorridos, a atitudes e posturas de seus colegas. E, também, não raro, confundem solidariedade com conivência, apoiando, sem questionar nem se afastar, malfeitorias acontecidas no grupo, seja na escola, no clube, no shopping, no condomínio….
Por outro lado, a solidariedade muda traz, em seu silêncio, o “grito” da vergonhosa covardia. É abandono explícito. É falta de identidade. É submissão. É fortalecer a injustiça em prol de um egoísmo medroso. É não ter voz. É ser massa de manipulação.
Martin Luther King Jr. assim se expressou num de seus discursos: "O que me preocupa não é o grito dos maus; é o silêncio dos bons".
Sempre é bom lembrar o texto bíblico em Hebreus: “Não deixem de fazer o bem e de ajudar uns aos outros, pois são esses os sacrifícios que agradam a Deus” (Hb 13,16).
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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 28/03/2017. Atualizado em 21/11/2024.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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