Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Fonte: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000288.pdf (Repita o acesso se não entrar diretamente nos textos)
Joia dos sonetos.
ResponderExcluirMaravilha de encontrar esse soneto completo que eu decorei quando ainda era adolescente. obrigada.
ResponderExcluirEm cada palavra, milhares de tesouros.
ResponderExcluirMe lembro de um ótimo professor de literatura JOÃO PASCOAL ANDRE
ResponderExcluir