MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO
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O conhecimento vem de fora; a sabedoria vem de dentro e aflora sob a forma de saberes.
O indivíduo humano é um ser incompleto. Ele pode saber de tudo sobre um determinado tema, mas ignora tudo sobre muitos outros assuntos. Portanto, ele pode ser um sábio e, ao mesmo tempo, um ignorante. Ninguém é sábio o tempo todo, assim como ninguém é ignorante o tempo todo.
Lembrando que ignorância, neste contexto, é o estado de quem ignora ou desconhece alguma coisa, que não tem conhecimento dela. Portanto, não é “burrice”, nem falta de inteligência.
Reconhecer a incompletude do ser humano, compreendendo a sua transitoriedade e sua cognição limitada, é passo largo para se posicionar adequadamente neste mundo cada vez mais complexo e multifacetado.
Aceitar que não temos respostas para todas as perguntas revela humildade intelectual e forte coragem. Ao mesmo tempo, nos tornamos prontos e abertos à aquisição de novos conhecimentos.
Brené Brown, professora e pesquisadora americana, escreveu:
“É preciso coragem para ser imperfeito. Aceitar e abraçar as nossas fraquezas e amá-las. É deixar de lado a imagem da pessoa que devia ser, para aceitar a pessoa que realmente sou.”
Quem acredita que sabe tudo fecha-se para a inovação e para a renovação. Assume uma posição estática. Aceitar a própria ignorância é um ato de coragem e de abertura para o aprendizado.
Às crianças e adolescentes, deve-se proporcionar a possibilidade da flexibilidade cognitiva para que sejam capazes de se adaptar a novos contextos, conceitos e tecnologias ao longo da vida, pois a busca do conhecimento é uma tarefa que não tem fim e começa na mais tenra idade.
Há que se ajudar os mais jovens a conquistar a autonomia e a autoconfiança, de forma que possam discernir entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, o saber e o não saber, para que possam enfrentar o que desconhecem com confiança, perseverança e muita resiliência.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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Roberto Gameiro
Há um proverbio chinês que diz:
“Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos agora você vai dar para frente.”
Passos para trás e passos para a frente podem se referir a variados aspectos da nossa vida, sejam eles financeiros, econômicos, amorosos, familiares, conjugais, sociais, profissionais, de saúde ...
Esse provérbio é, antes de tudo, uma mensagem de esperança e de confiança nas nossas possibilidades de reagir em face de momentos difíceis que enfrentamos no dia a dia, verdadeiros desafios a serem superados e vencidos.
E quem não os têm?
O importante é não “jogar a toalha” diante das dificuldades.
Até porque, há um outro proverbio chinês que diz;
“Se o problema tem solução, não esquente a cabeça, porque tem solução. Se o problema não tem solução, não esquente a cabeça, porque não tem solução.”
Também neste provérbio, é importante saber quais serão as tomadas de decisão em relação ao problema, e como serão implementadas as providências a curto, médio e longo prazos.
Por outro lado, passos dados para trás não devem necessariamente ser considerados retrocesso. São oportunidades de aprendizado e experiência que vão auxiliar-nos nas iniciativas no futuro. Afinal, “errando também se aprende”.
Esses provérbios nos encorajam a sermos perseverantes e resilientes, não permitindo que os obstáculos havidos no passado nos impeçam de alcançar nossas metas e objetivos.
Todos temos o dom do livre-arbítrio que nos foi concedido pelo Criador. Por isso, temos o poder da escolha para optar por seguir em frente, em vez de ficarmos limitados ao passado.
Há que ter-se pensamento positivo e postura construtiva, mantendo a mentalidade focada num futuro produtivo e promitente.
Assim, daremos exemplos significativos aos nossos filhos, crianças e adolescentes, os quais se espelham em nós para a construção dos seus sentidos de vida.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional.
Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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Roberto Gameiro
É de Bernardinho, ex-jogador, treinador de voleibol, economista e empresário brasileiro, a afirmação:
Treine as pessoas e elas aprenderão; desafie-as e elas crescerão; acredite nelas e elas vencerão.
Bernardinho tem uma carreira marcada pelo sucesso como treinador das seleções feminina e masculina de voleibol do Brasil, com mais de trinta títulos em mais de duas décadas de atuação.
Portanto, se há alguém que pode “falar de carteirinha” sobre essa temática, esse é o protagonista.
Com efeito, juntar treinamento, desafio e crença nas pessoas é uma forma de valorizar a totalidade das coisas, em que tudo está interligado e interdependente.
Por oportuno, vale lembrar que a capacitação profissional se refere à criação de competências, ensinando habilidades para desempenhar uma determinada função, enquanto treinamento profissional refere-se à obtenção de novas e melhores formas para pôr em prática uma habilidade já existente.
Portanto, na capacitação as pessoas adquirem novos conhecimentos e novas habilidades, enquanto no treinamento contínuo são levadas à melhora das suas competências, abrindo-lhes oportunidades para novas perspectivas e possibilidades, condição necessária para a realização profissional a curto, médio e longo prazos.
Mas não adiantam capacitação e treinamento contínuos se as pessoas não forem desafiadas constantemente a se superar, saindo de possíveis zonas de conforto e enfrentando situações que as levem a aplicar as competências objeto do seu treinamento e da sua atuação profissional, com perseverança, confiança em si e alta autoestima.
Não adianta treinar e não jogar; não adianta estudar e não aplicar os saberes decorrentes; não adianta sonhar e não procurar realizar os sonhos; não adianta rezar e não viver a crença; não adianta ter compaixão e não ajudar.
Não adianta ...
Mas adianta sim acreditar nas pessoas e nas suas possibilidades de superar desafios e atingir metas e objetivos.
As metas estão aí para serem alcançadas. Desafiam-nos cotidianamente; e, para atingi-las, precisamos acreditar firmemente em nós mesmos e nos nossos parceiros, subordinados, mentores e líderes.
Lembrando Abraham Lincoln: “A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns.”.
Não são apenas os adultos que enfrentam desafios. Também as crianças e os adolescentes, nossos filhos e alunos, têm as suas dificuldades a enfrentar. E não são poucas, quaisquer que sejam as situações sócio-econômico-financeiras e culturais de suas famílias. Como exemplos, podemos elencar o bullying, as exclusões sociais inclusive nas mídias, as dificuldades de aprendizagem, as separações dos pais, as mudanças de cidade, o uso exagerado de dispositivos eletrônicos, a exposição a conteúdos inapropriados, e outros.
Esses desafios impactam as crianças no seu dia a dia de diversas formas, cabendo aos adultos acompanhá-las para amenizar os efeitos nocivos que podem levá-las inclusive à ansiedade e ou à depressão.
Aprender, crescer, acreditar em si e vencer; um círculo virtuoso que marca a vida de muita gente não apenas nos esportes, mas em muitas situações profissionais, pessoais e sociais que a vida apresenta.
Não é fácil, mas não é impossível.
Eu acredito!
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Roberto Gameiro
Certa vez, fui convidado a participar como jurado de um concurso de poesias.
O concurso, realizado no auditório de uma escola de Educação Básica, reunia pessoas do colégio e da comunidade adjacente.
O auditório estava lotado e o ambiente tinha sido preparado com muito esmero, com iluminação bem feita e uma aparelhagem de som de primeira linha.
Os jurados haviam sido escolhidos entre profissionais da educação da região, mas que não tinham vínculo direto com a escola promotora do evento.
E lá estava eu, sentado à mesa do júri, acompanhado de quatro educadoras, aguardando as apresentações.
As poesias deveriam ser da lavra da própria pessoa que as ia interpretar no palco, acompanhadas de um fundo musical especialmente escolhido para cada apresentação. Portanto, o contexto estava previamente definido.
Seriam dez apresentações, entre as quais, o grupo de jurados deveria escolher apenas uma como vencedora.
Começaram as apresentações, uma mais bonita do que a outra, o que já me sugeria dificuldades na escolha de apenas uma.
Entretanto, lá pelas tantas, entrou no palco uma jovem mulher grávida, que, pelos meus cálculos, deveria estar lá pelo oitavo mês de gestação. Ela interpretou o seu poema que tinha como tema as emoções e os medos que sentia naquele momento que antecedia ao nascimento da sua filhinha. Ela nos emocionava com sua performance, o som ao fundo e a iluminação apropriada nos levava quase que às lágrimas.
E eu pensava ... que bonito, uma jovem grávida colocar para fora as emoções que vive nesse momento tão especial da vida humana. A geração de um novo ser; um “serzinho” que já nascerá amado e esperado com carinho e dedicação ...
Naquele momento, o texto do poema já nem era o mais importante, porque a sensibilidade que nos trazia o contexto como um todo nos dominava completamente.
Ao final, o público a aplaudiu em pé durante um bom tempo.
E não deu outra. O resultado do concurso saiu rapidamente, e, por unanimidade, ela foi escolhida como vencedora do concurso.
Aí, chegou a hora da entrega do troféu e do diploma do concurso.
Chamaram o nome dela.
Ela entrou toda feliz, acenando para o público e saracoteando pelo palco. Mas.. surpresa!
Ela não estava mais grávida!
Os cinco jurados quase caímos das nossas cadeiras.
Ela tinha nos enganado! Foi essa a primeira reação que tivemos.
Mas, surpresa para nós, não surpresa para a plateia que, parecia, já a conhecia como membro da comunidade.
Aí, eu entendi o porquê, talvez, de os jurados serem educadores sem vínculo com a escola.
Tudo bem planejado, preparado e executado com primor.
Superada a surpresa, nós, jurados, nos voltamos uns para os outros, meio incrédulos, extasiados e sensibilizados na mente e no coração, e concluímos, também por unanimidade, que, na verdade, não tínhamos sido enganados.
Tínhamos, isso sim, sido premiados com uma apresentação artística com todas as nuances de uma interpretação que, embora amadora, tinha grandes méritos ao juntar o texto ao contexto.
O texto como pretexto para criar um contexto que, além de agradável aos olhos, também estimulava os demais sentidos, criando uma atmosfera envolvente que comovia e emocionava.
Uma verdadeira produção artística.
E como escreveu Fernando Pessoa: “O poeta é um fingidor; finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente.”.
Foi isso.
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Roberto Gameiro
Neste artigo, faço uma breve análise de três significantes da língua portuguesa, "texto, contexto e pretexto", relacionando-os à abordagem didática da "interdisciplinaridade", e, por tabela, indico o porquê do nome do meu blogue "O texto no contexto como pretexto".
Vamos lá?
Tudo o que vemos, ouvimos ou lemos pertence a um determinado contexto. O contexto representa a realidade em que se insere determinado fato ou acontecimento. Uma mesma frase falada ou ouvida em contextos diferentes pode ter significados diferentes, ainda mais se os contextos estiverem em momentos históricos ou geográficos diversos.
Portanto, cada texto precisa ser lido e interpretado tendo em vista o momento histórico e o local em que foi escrito, ou seja, o contexto.
Por outro lado, cada texto tem uma motivação pela qual foi escrito, ou seja, o pretexto, nas acepções de “porquê, razão, fim e propósito”, por mim escolhidas entre os diversos sinônimos apontados nos dicionários.
Quando se lê um texto escrito cinquenta anos atrás e se o interpreta com o olhar sociocultural de hoje, corre-se o risco de tirar conclusões equivocadas, especialmente com palavras que tiveram seus sentidos semânticos ressignificados cultural, moral ou eticamente.
Os vestibulares, o ENEM e os concursos, exploram textos de livros, revistas, sites e jornais das mais diversas épocas. Por isso, também, o mote deste texto merece atenção especial dos professores, especialmente, por óbvio, os de Língua Portuguesa, História, Literatura, e seus congêneres.
Como se percebe, então, para melhor se interpretar um texto, quaisquer que sejam a época e o local em que ele foi escrito, há que se utilizar, idealmente, uma abordagem interdisciplinar.
A abordagem interdisciplinar reúne diferentes componentes curriculares num contexto mais coletivo no tratamento dos fenômenos a serem estudados ou, ainda, das situações-problema em destaque. É uma abordagem que exige compromisso do professor com a intercomunicação, ampliação e ressignificação de conteúdos, conceitos e terminologias. O trabalho integrado interdisciplinar alarga as possibilidades de compreensão, construção, contextualização e recontextualização dos conhecimentos, dos saberes e dos fazeres, e flexibiliza o fazer pedagógico, explicitando as formas de relação, de reciprocidade e de aproximação em diferentes áreas, facilitando, assim, o ensino e a aprendizagem. (Este parágrafo encontra-se também no meu artigo "A escola, a família e a sociedade - texto1")
Nesse contexto interdisciplinar, todos os professores trabalham em equipe com seus conteúdos sincronizados e nenhum deles pode ser uma “ilha” em relação aos demais docentes; e todos ganham, especialmente os alunos.
Feliz a escola que consegue implementar, com sua equipe de técnicos e professores, um projeto pedagógico que priorize, realmente, a interdisciplinaridade.
Felizes, os alunos dessa escola.
Ah, sim; o nome do blogue: o texto (o quê) no contexto (o onde) como pretexto (o porquê).
Abraços.
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Autorizadas, desde que com a inclusão dos nomes do blogue e do autor.