O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

sábado, 20 de abril de 2024

MENSAGEM - CONVIVENDO, CONHECENDO E DIALOGANDO


 MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO

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À  medida  que convivemos  com   conhecidos,   amigos e parentes, vamos conhecendo  as   suas  posturas,   suas  formas de   ver  o mundo,  seus  assuntos   prediletos,  suas peculiaridades e suas aspirações. Daí, com o tempo, vamos nos adequando à forma de  conversar   com  cada  um   deles   para  tentar  tornar  os  diálogos  frutíferos. Vamos  conhecer  alguns  deles.  Há  os que  só falam  em doenças, médicos, exames, remédios, dores aqui e ali; com esses,  evite  a pergunta trivial “Como você está?” Há os que falam o tempo todo e não deixam  você  falar;  quando  você  consegue  uma  deixa  para falar,  é  perda  de  tempo  porque eles não o ouvem. Há os que só falam   de um determinado assunto o tempo todo, seja futebol, política,  governo. Há,  também,  aqueles que quando  lhe falam sobre João,   você   fica   sabendo   mais sobre   eles   mesmos   do   que sobre João. Há,  ainda  os que  sempre  têm  uma fofoca para contar; cuidado com esses; a próxima fofoca poderá ser sobre você.























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sábado, 13 de abril de 2024

ADOLESCENTES E BORBOLETAS

 Borboleta, Inseto, Verde, Azul, Distrito

Roberto Gameiro


Como disse Rubem Alves (1933-2014): "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.".

A mulher grávida é a síntese da beleza da natureza humana. Durante nove meses, um novo ser se constrói no ventre da mãe, e esta enfrenta esse período com um misto de alegria pelo amor que já nutre por aquele “serzinho” que está se formando, e tensão, pelo receio de que algo dê errado; e sofre por isso.


Esse ser nasce, cresce e se torna um adolescente. E aí, ele se torna “grávido de si mesmo”, como reflete o filósofo Mário Sérgio Cortella: “ele dará à luz ele mesmo em outro momento; alterações hormonais, dificuldades de humor, impasses no corpo e na mente e impaciência são algumas das características dessa fase”. Isso faz parte do ciclo de vida humana. Todos nós passamos por isso. 

Assim como a borboleta que vem da transformação da lagarta num processo que exige muito esforço e resiliência, os adolescentes enfrentam, ainda imaturos, momentos de transformações biológicas e psicossociais que lhes causam aflição e angústia. E sofrem por isso, assim como quem convive com eles. 

E por ser “fase”, esses momentos devem ser vistos como transitórios, como passagem de um estágio de maturidade para outro, mais aperfeiçoado. 

Para isso, precisam da ajuda dos adultos. Não adultos que se fazem de adolescentes para conquistar a simpatia dos meninos e meninas, mas adultos autênticos, conscientes de que são espelhos nos quais os jovens se miram na busca de segurança e de orientação positiva e assertiva. 

Mas não nos enganemos que, em função da “fase”, tudo seja permitido. O diálogo e a presença constantes dos adultos junto deles propiciam as condições para a busca do equilíbrio que não aceita o desrespeito, a agressão física ou verbal, o uso de drogas ou bebidas alcoólicas etc. Isso se faz especialmente na família, na escola e na Igreja. 


E evita suicídios!

Como disse Rubem Alves (1933-2014): "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.".

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 26/06/18.

Publicado originalmente neste blogue em 02/01/19.

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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional  e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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sábado, 6 de abril de 2024

MENSAGEM - A ABORDAGEM PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR


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            TEXTO PARA VERSÕES EM OUTRAS LÍNGUAS 
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A abordagem interdisciplinar reúne diferentes componentes curriculares num contexto mais coletivo no tratamento dos fenômenos a serem estudados ou, ainda, das situações-problema em destaque. É uma abordagem que exige compromisso do professor com a intercomunicação, ampliação e ressignificação de conteúdos, conceitos e terminologias. O trabalho integrado interdisciplinar alarga as possibilidades de compreensão, construção, contextualização e recontextualização dos conhecimentos, dos saberes e dos fazeres, e flexibiliza o fazer pedagógico, explicitando as formas de relação, de reciprocidade e de aproximação em diferentes áreas, facilitando, assim, o ensino e a aprendizagem.

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sábado, 30 de março de 2024

VALORES PARA UMA VIDA CORRETAMENTE ÉTICA



Roberto Gameiro

Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.

Essa frase, atribuída a Mark Twain (1) e, também, a Jean Cocteau (2), pode servir de introdução a este texto.

Claro que não podemos entender como absoluto o significado da afirmação, concluindo que nada é impossível, que tudo é possível; se assim fosse, correríamos o risco de encaminhar nossas crianças e jovens, às vezes, por caminhos perigosos e fatais.

Quero enfatizar, da frase, o que ela nos apresenta de incentivo às possibilidades que nos apresenta a vida e que, por vezes, por falta de ânimo, de crença em nós mesmos, de perseverança, de vontade forte, de princípios norteadores, de sentido de vida, deixamos de aproveitar.

Jung Mo Sung escreveu que “O ambiente social e cultural também está passando por profundas transformações. Os valores tradicionais ou modernos que vinham norteando a vida das pessoas e da própria sociedade estão sendo modificados ou até mesmo dissolvidos. Essa dissolução das referências culturais antes vistas como sólidas e as profundas transformações no campo econômico-social têm gerado, por exemplo, a banalização da violência, a exacerbação do consumismo e a busca, quase que obsessiva, do corpo e a beleza perfeitos.”. (Educar para reencantar a vida, 2007)

A história da humanidade está repleta de exemplos de homens e mulheres que, cada um à sua época e no seu contexto, fizeram a diferença – tanto para o bem como, infelizmente, para o mal.

As oportunidades podem surgir para todos e, tendo tido a pessoa uma boa formação, ela aproveitará e seguirá aquelas que, ao tempo em que contemplam seu projeto de vida, sejam corretamente éticas e agreguem valor social.

Estou falando de “gente do bem”. A nossa sociedade tem muitas pessoas do bem, com certeza em número muito maior do que as do mal. Felizmente. Há, portanto, esperança.

A formação das pessoas do bem se faz através de um processo de educação baseado em valores, na escola, na família, na igreja e na sociedade em geral.

Albert Einstein disse certa vez:  “Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele você conquistará o mundo.”.

Há que se orientar as crianças e os jovens para serem construtores de uma nova sociedade, mais solidária, mais justa, amorosa e sustentável; e fazê-lo sob as premissas do bom exemplo, do testemunho, da autenticidade e da vivência de valores.

Jovens autênticos, formados para o bem, serão cidadãos conscientes que contribuirão, com suas ações e posturas, para a melhoria da qualidade de vida de todos que com eles convivem.

Depende deles, depende de cada um de nós.

Um mundo novo não é impossível.

Vamos lá e façamos a nossa parte!

(1) Mark Twain – escritor e humorista norte-americano  (1835-1910) 

(2) Jean Cocteau – poetaromancista cineastadesignerdramaturgo e ator  francês  (1889-1963)

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 30/03/16, sob o título “Valores para a vida”.

Publicado originalmente neste blogue em 28/11/2018.

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sábado, 23 de março de 2024

MENSAGEM - JULGAMENTO APRESSADO II


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            TEXTO PARA VERSÕES EM OUTRAS LÍNGUAS 
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Uma  garota  segurava  em suas mãos duas maçãs. Sua mãe  entrou e lhe pediu com uma  voz doce  e  um  belo  sorriso: – Querida,  você poderia dar uma de suas maçãs para a mamãe? A menina levanta os olhos para sua mãe durante alguns segundos, e morde  subitamente  uma das  maçãs  e, logo  em  seguida, a outra. A mãe sente seu rosto  esfriar  e perde o sorriso. Ela tenta  não mostrar sua decepção,  quando   sua  filha  lhe  dá uma de  suas maçãs mordidas; a pequena  olha  sua mãe  com um  sorriso de anjo e diz: – A mais doce é essa!  Muitas vezes, as aparências enganam, mas não  nos  culpemos,  também apressadamente, por equívocos dessa  natureza.   Somos   humanos  e,    portanto,   incompletos.  Estamos  sempre  em  busca  de  aperfeiçoamento.  Deus ainda não completou a sua obra em nós, assim como nos nossos irmãos. 

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sábado, 16 de março de 2024

QUANDO DIZER "SIM" OU "NÃO" AOS FILHOS?


Roberto Gameiro


Às vezes, nós, pais e mães, ficamos pensando sobre como está o nosso relacionamento com os filhos. E nos perguntamos se estamos falando “nãos” demais para eles. Isso pode nos trazer uma espécie de sentimento de culpa por estarmos, talvez, tirando deles a liberdade que merecem ter.


Podemos, então, refletir a respeito do “merecer ter” e do “poder ter”.  

             

O Papa Francisco, há alguns anos, assim se referiu às inúmeras formas de injustiça e violência que acontecem no mundo: “Como é possível que perdure a prepotência do homem sobre o homem? Que a arrogância do mais forte continue a humilhar o mais fraco, relegando-o às margens mais esquálidas do nosso mundo? Até quando a maldade humana semeará violência e ódio na terra, causando vítimas inocentes? Como pode ser ‘tempo da plenitude’ quando, diante dos nossos olhos, multidões de homens, mulheres e crianças fogem da guerra, da fome, da perseguição, dispostos a arriscar a vida para que sejam respeitados os seus direitos fundamentais?”.


Há os que dizem que o mundo não está nem mais nem menos violento do que sempre foi; que a diferença é que hoje, com o avanço tecnológico dos diversos meios de comunicação, ficamos sabendo imediatamente de tudo o que acontece no bairro, na cidade, no estado e no mundo.


As próprias pessoas ditas “do bem” veem-se enredadas em intrigas através das redes sociais que, muitas vezes, não têm limites de urbanidade e respeito. Pior: repassam informações possivelmente inverídicas, sem tomar o cuidado de buscar evidências de que aquilo seja verdade.


Sob o meu olhar, nunca se teve tanta facilidade e multiplicidade de meios de comunicação; nunca se usou a comunicação tão mal.


Entretanto, como já escrevi num outro artigo, no mundo há mais gente do bem do que do mal. Há, portanto, esperança.


Aqui, já se torna possível voltar ao questionamento proposto no primeiro parágrafo acima: estamos falando muitos “nãos” aos nossos filhos?


Nós pais temos naturalmente uma postura de proteção em relação à nossa prole. Essa postura nos leva à preocupação constante com o bem-estar deles. Entretanto, as maternidades não entregam os bebês às mães com um “manual” sobre como educar. Ainda bem que não o fazem. Cada filho é um. Eu tenho três; todos são “gente do bem”; mas nenhum é igual ao outro.


Quanto a dizer “sim” ou “não”, julgo ser muito importante a harmonia do casal; até porque, as crianças e os jovens, espertos como geralmente são, sabem exatamente a quem pedir cada coisa; eles sabem quem vai dizer “sim” e quem vai dizer “não”, pai ou mãe, de acordo com o tema do pedido.


Numa época como esta, em que vivemos, é conveniente darmos para os nossos filhos não simplesmente aquilo que merecem ter, segundo o nosso ponto de vista, mas aquilo que eles podem ter segundo a realidade que nos cerca, preservando a segurança deles e evitando, por óbvio, o materialismo e o consumismo exagerados.


Tanto no “sim” como no “não”, convém dialogar com os filhos acerca dos porquês daquela posição assumida pelos pais; é a presença parental que, então, se torna significativa na vida deles.


E, nesse sentido, é conveniente que estejamos atentos à colocação de limites de comportamento e de desejos materiais, fazendo-os entender o porquê de certas coisas serem possíveis e outras não, de acordo com as nossas possibilidades financeiras e com os princípios e valores que norteiam a família. 


Façamos com que nossos filhos assumam uma forte autoestima. Dessa forma, talvez, eles se contentem e se valorizem pelo que são, e não pelo que têm; e passem, eles mesmos, a dizer “não” ao consumismo.

Publicado originalmente em 13/11/2018.

Atualizado em 14/03/2024.

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sábado, 9 de março de 2024

MENSAGEM - TRANSFORMANDO SONHOS EM REALIDADE


MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO

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          TEXTO PARA VERSÕES EM OUTRAS LÍNGUAS 
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Cabe a nós, adultos, proporcionar às crianças condições favoráveis para que sejam crianças enquanto  ainda  são  crianças,  dando-lhes  oportunidades para brincar, e brincar   muito,  pois  as   brincadeiras  desenvolvem   nelas   a  capacidade  de  se relacionar   consigo  mesmas   e   com   os   outros,  contribuindo  para  que  deem conformidade  aos seus sonhos, aos seus projetos de vida. Mas não  são  apenas  as crianças  que têm  sonhos. Nós, adultos, também os temos.  E muitos!  Ainda bem! E nesta seara, há que  se  ponderar  que um sonho sem objetivo é apenas um sonho;  nada  mais.  Portanto  vá  atrás   dos  seus  sonhos de criança  e  de  adulto.  Só  você   pode  torná-los  realidade. Seja protagonista  dos  seus sonhos.  Não seja um simples coadjuvante dos sonhos dos outros.



























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sábado, 2 de março de 2024

A ADMIRÁVEL BELEZA DO "SABER OUVIR OS OUTROS"

Discussão, Telefone, Pote De Iogurte


Roberto Gameiro


Há muitos anos, numa noite chuvosa, estava eu saindo de um sanitário de posto de combustível de estrada, quando dei de frente com um senhorzinho que me olhou com um olhar de tristeza, abatido, debilitado, e me perguntou: “o senhor é sacerdote?". Rapidamente, respondi que não, segui em direção ao meu carro e parti. Até hoje, quando me lembro desse episódio, dói-me até a alma. Acredito que ao me perguntar se eu era sacerdote, ele procurava alguém que pudesse ouvi-lo, escutar com bondade as suas possíveis mazelas e, talvez, apaziguar o seu coração. Ora, mesmo sem ser sacerdote, eu poderia tê-lo ouvido e ajudado.


Este artigo já tem a sua versão editada e ou atualizada em PODCAST no SPOTIFY para sua comodidade ou para pessoas com deficiência. CLIQUE AQUI


Rubem Alves (1933-2014), educador e teólogo brasileiro, escreveu no seu texto “A Escutatória”: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir”. E acrescentou, com a sabedoria que lhe era peculiar, que: "Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também”.


No processo de formação de nossos filhos, as competências ligadas à comunicação devem ocupar um espaço privilegiado, com ênfase na habilidade de saber ouvir os outros.


Nos relacionamentos pessoais, sociais e profissionais, a “escutatória” faz por merecer atenção tão ou mais importante que a “oratória”.


Que triste é a figura de uma pessoa que não lhe permite terminar a sua fala, a sua argumentação, e o interrompe intempestivamente. Pior se você for subordinado a essa figura, ou, ainda, se for seu marido ou sua esposa, companheiro ou companheira.  


Então, o “saber ouvir” deve ser antecedido por uma atitude de predisposição a fazê-lo. Isso significa postura constante de abertura ao diálogo, na qual, ao “ouvir de verdade”, você procura se colocar no lugar do outro respeitando a individualidade dele, seus sentimentos, seus pontos de vista e seus argumentos (mesmo que você não concorde com eles).


Saber ouvir o outro é sinal de respeito, de bondade, de acolhida, de valorização do outro, de abertura ao diálogo franco e verdadeiro, constituindo característica positiva dos verdadeiros líderes, aqueles que conseguem fazer a diferença nos diversos segmentos da sociedade; ouvindo, completam-se, corrigem-se, aprimoram-se.


Como disse Mahatma Gandhi (1869-1948): “Não precisamos apagar a luz do próximo para que a nossa brilhe”.

Publicado originalmente em 21/11/2018


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sábado, 24 de fevereiro de 2024

MENSAGEM - IDEIAS SE TRANSFORMAM EM PROJETOS

MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO

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Uma  ideia   pode   surgir   como  resposta  a  uma  demanda  provocada por  uma situação-problema  proposta para  solucionar  uma  “dor”  que aflige determinado segmento. E daí para se transformar num projeto é um passo. Assim foi na criação das   hoje  grandes  empresas   de tecnologia  como  o  Facebook,  o WhatsApp  e outras;  nestes  casos, as ideias-fonte se transformaram em objetos de  aspiração de ordem prática. Em puro protagonismo   empreendedor.  Mas  enganam-se   os  que pensam  que  as  inovações  estão restritas  aos  jovens  das novas gerações; aqui podemos incluir as pessoas das diversas gerações, sejam os Baby Boomers, gerações X, Y (ou Millennials), Z e,  daqui  a  pouco,  os da  geração  Alfa  que  abrange os nascidos a partir de 2010.
























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sábado, 17 de fevereiro de 2024

NÓS SOMOS O "PESSOAL DO LIXO"


Roberto Gameiro

Noutro dia, li uma historieta que relatava que um menino que andava nas ruas de mãos dadas com o pai, ao avistar o caminhão que recolhia a sujeira e as coisas deixadas nas calçadas, perguntou: - esse é o pessoal do lixo, não é papai? Ao que o pai respondeu:


- Não, meu filho, esse é o pessoal da limpeza... o pessoal do lixo somos nós!


Segundo o site Ciclo Vivo, “(...) ao longo    do ano--base de 2022, foram gerados no Brasil 77, 1 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Esse montante corresponde a mais de 211 mil toneladas de resíduos gerados por dia, ou cerca de 380 kg por habitante no ano. Em média, cada brasileiro produz 1,04kg de resíduos todos os dias...”. (1)



É muito lixo, principalmente se considerarmos que a maior geração se concentra nos grandes centros urbanos.


Grande parte desses resíduos é coletado pelo “pessoal da limpeza”, como explicitado na historieta acima; ao fazer esse enfoque, o pai destaca a importância do trabalho deles e propõe um ponto de vista mais valorativo dessa atividade.


Cada um de nós tem uma visão de mundo própria, fruto do dom de livre-arbítrio que nos foi concedido pelo Criador. Por isso, há os que os veem como “pessoal do lixo”, assim como os que os veem como “pessoal da limpeza”.


Por outro lado, ao nos definir como “pessoal do lixo”, o pai dá uma deixa para refletirmos sobre as nossas posturas e ações em relação à produção, descarte, e valorização das pessoas que cuidam da limpeza nos espaços públicos e privados.


Adriana B. Scheeren Selau e Luciana Fofonka escreveram: “A questão do descarte do lixo urbano é tema que deve ser trabalhado sobretudo na esfera escolar, onde se possa construir no indivíduo e na coletividade a consciência no controle do consumo exagerado e do descarte de resíduos. A proposta da educação ambiental nas escolas deverá levar à mudança de atitudes que fomente a preservação do ambiente. Esse novo comportamento envolve desde o controle do consumo de materiais a serem descartados até o rejeite que favoreça a reciclagem, a reutilização e o reuso.”. (2)


Lembrando, também, que o tema “Educação Ambiental” aparece com ênfase em muitos enfoques da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), inclusive numa das Competências Gerais.


Entretanto, apenas a conscientização e a compreensão não bastam. É importante que os estudantes saibam como adequar as suas posturas e ações em relação a essa temática. E isso se alcança com a prática. O dia a dia das atividades escolares precisa estar pleno de cuidados com a limpeza e a conservação ambiental, a higiene, o descarte adequado, o consumo consciente, a redução de resíduos e a sustentabilidade na sala de aula, na escola, na região, no país e no planeta. E isso vale para cada um de nós; não apenas para os estudantes.


Há que se reconhecer e valorizar todos os tipos de ocupação, dos mais simples aos mais complexos, pois é do somatório de todos eles que se constrói uma Nação forte, produtiva, solidária e organizada.


Aí, talvez, nós não seremos mais “o pessoal do lixo” ...

 

REFERÊNCIAS


(  1) CICLO VIVO – Brasil descarta 33 milhões de toneladas de lixo de forma irregular. Encontrado em:

https://ciclovivo.com.br/planeta/desenvolvimento/brasil-descarta-33-milhoes-de-toneladas-de-lixo-de-forma-irregular/ . Acessado em 11/02/2024

 

(  2) SELAU, Adriana Bordignon Scheeren e FOFONKA, Luciana – O descarte consciente através da Educação ambiental. Encontrado em https://revistaea.org/artigo.php?idartigo=3124.

   Acessado em 12/02/2024.

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